Eu não me visto pra agradar você

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Não costumo falar de assuntos muito polêmicos por aqui, mas dia desses ouvi um comentário que me deixou indignada a ponto de querer sair na próxima marcha das vadias sem blusa e com cartazes de “Eu não mereço ser estuprada!”, então foi meio impossível não tocar no assunto.

O motivo da minha revolta foi simples. Uma conhecida (mulher, esclarecida, madura e bem resolvida) resolveu que deveria começar a opinar nas minhas roupas e disse que eu não deveria usar shorts na universidade. Simplesmente porque de acordo com ela, eu não posso “facilitar” pros bandidos que existem por ai, já que a universidade é esquisita e etc. Vale ressaltar que não sou dessas adeptas ao feminismo, mas não quer dizer que acho normais atitudes machistas.

Primeiramente, quero ressaltar que faço um curso integral numa universidade pública, onde ar condicionado é um luxo, e não tem condições de passar o dia sentindo calor. Em segundo lugar, e mais importante ainda, gostaria realmente de saber quando as pessoas vão parar de julgar às mulheres de acordo com a roupa que elas usam. Já passou da hora de entender que não, a maioria das mulheres não se vestem para agradar ou chamar atenção de homens. Nos vestimos de acordo com um padrão que nos faça sentir bem, apenas. E nada mais justo que ter a livre escolha de poder usar o que quer, sem que as opiniões alheias influenciem isso.

Não estou querendo dizer que não existe hora nem lugar pra tudo. Tenho plena consciência que existem alguns padrões sociais que precisam (e merecem) ser seguidos, por puro respeito. Mas, se não ofende a ninguém, eu gostaria muito de poder escolher o que quero vestir, sem ter que me preocupar se estou passando uma mensagem errada à determinadas pessoas. Até quando a culpa de crimes como estupro vai ser da vítima, que “passou uma mensagem errada e facilitou” e não do agressor, que violou não só diversas leis, mas também a intimidade de alguém?

“Eu decido como me visto e com quem me desvisto”, mas isso ai já é assunto pra outro dia…

Sendo Solteiro em Tempos de Relacionamento Sério

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Não sei se eu sou a única no mundo que anda percebendo, ou se ultimamente há um número cada vez mais crescente de pessoas assumindo um relacionamento sério. Sabe aquele seu amigo de farra? Começou a namorar. A sua prima de 15 anos? Namora há 2 anos. O nerd da sua sala? Por incrível que pareça, tem tempo pra namorar. Aquela menina que estudou com você no maternal? Pois é, casou. Isso sem contar naquelas pessoas que insistem em sair de um relacionamento e entrar em outro porque não gostam de ficar sozinhas.

Enquanto isso o tempo passa e você continua ai, solteiro convicto, seja por escolha, seja por falta de opção, seja pela falta de alguém que te faça querer abrir mão da “liberdade”. É, liberdade entre aspas mesmo. Porque partir do momento que alguém decide ficar solteiro, está fadado a ouvir certas coisas.

Depois de algum tempo mantendo esse “status”, as pessoas começam a te atormentar, e olha, isso não é nada confortável. No almoço de família sempre tem um tio perguntando quando você vai levar alguém pra casa, já que todos os seus primos namoram. “E ai, já ta namorando?”, perguntam as amigas da sua mãe. “Você não vai gostar de ninguém não?”, larga aquela colega chata. “Será que você não vai sossegar com alguém nunca?”, diz sua avó. Sua mãe se pergunta onde errou. Seu pai começa a achar que você está só por pura libertinagem. E você ali, ouvindo e sem poder fazer nada.

Eu só queria deixar claro que isso às vezes machuca e certamente cansa. Cansa ver tantas pessoas opinando sobre a sua vida enquanto você já tem os seus próprios problemas, anseios, traumas e angústias pra lidar. Acontece que tem gente que vive sim, muito bem sozinha, obrigada. Se nada na vida é pra sempre, pra que apressar certas coisas apenas pela pressão alheia?